"Não posso falar que minha vida está muito melhor. Se fizer isso, vai haver gente querendo amputar uma perna também”, diz o pernambucano Paulo de Almeida. (foto ao lado) Ele perdeu a perna direita em 1997, aos 31 anos. Dez anos depois, usando uma prótese aerodinâmica, ergonômica e ultrarresistente, tornou-se o único para-atleta brasileiro a completar – e vencer, na categoria de paraesportistas – a ultramaratona Comrades, na África do Sul. São 89 quilômetros, mais que o dobro dos 42 quilômetros da maratona tradicional.
“Faço hoje muito mais do que fazia quando tinha as duas pernas”, diz Almeida. “Eu nado, pedalo e jogo bola.” Não quer dizer que ele seja mais feliz. “Acordo todos os dias sem uma perna. É algo insubstituível.” Mas sua história, hoje longe de ser uma exceção, mostra como o avanço da tecnologia está criando condições para restaurar, reconfigurar e em alguns casos até melhorar as condições originais do corpo humano.